Qual o melhor tratamento para varizes?
10 de maio de 2016
Cor da pele e diâmetro do vaso ajudam a determinar a melhor conduta de tratamento
Laser, radiofrequência, escleroterapia… A lista dos novos tratamentos minimamente invasivos para varizes é extensa, mas escolher qual o mais adequado não é tarefafácil nem para alguns médicos.
“Ao contrário do que muita gente pensa, não é o paciente que se adequa ao tratamento, mas o tratamento que deve ser específico para a realidade de cada paciente”, alerta Carlos Peixoto, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro (SBACV-RJ).
O tema é de tamanha relevância que será um dos destaques do 30º Encontro de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro, que acontece na capital fluminense entre os dias 17 e 19 de março.
De acordo com o especialista, justamente por conta dessas particularidades, é difícil eleger o procedimento mais disseminado e bem aceito no Brasil. A cor da pele, por exemplo, é um fator determinante para escolha da técnica. “Peles mais claras costumam responder muito bem ao laser, como acontece nos países nórdicos, pois em pessoas com mais melanina ele pode provocar o efeito indesejado de despigmentação da região”, alerta Peixoto.
Mas as morenas podem se beneficiar das técnicas de escleroterapia com espuma ou glicose. As substâncias, que podem ter densidades diferentes de acordo com o tipo de vaso que será tratado, quando injetadas promovem a sua constrição e consequente inatividade.
Além da cor da pele, o tratamento depende ainda da veia que será tratada. Os cordões varicosos, salientes e visíveis, que elevam a pele, e aquelas pequenas veias de trajeto tortuoso ou retilíneo são, mais frequentemente, de tratamento cirúrgico. “Já as telangiectasias ou aranhas vasculares podem ser tratadas pela escleroterapia com laser ou outra substância”, explica Carlos Peixoto. Ainda de acordo com o presidente da SBACV-RJ, além da avaliação clínica em consulta, o exame de eco color doppler é necessário para o adequado planejamento e na escolha da técnica a ser empregada.
Confira quatro maneiras de tratar as varizes e suas indicações:
1 – Escleroterapia e crioescleroterapia
Esse tratamento consiste na aplicação de medicação nas veias comprometidas. A substância promove uma espécie de irritação dos vasinhos, fazendo com que eles “sequem”. Indicado principalmente para os casos de telangiectasias (pequenos vasinhos vermelhos) e microvarizes. Na crioescleroterapia a substância aplicada é a glicose. Ela fica armazenada em um equipamento refrigerado e aplicada nas veias reticulares. Muito bem aceito por peles morenas e negras. O procedimento pode ser realizado em consultório.
2 – Laser
A luz emitida pelo laser, aplicado sobre a pele, promove pequenas lesões nas células internas dos vasos sanguíneos afetados, e destroem a camada interna da parede deles. Esse processo ativa a cicatrização da parede venosa (fibrose), deixando aquela passagem inativa. A técnica tem a vantagem de não provocar danos nos tecidos vizinhos e preservar a integridade da pele. Indicado também para varizes reticulares (intermediárias). Deve ser usado com resfriamento de pele para leve anestesia local. Muito bem aceito por peles claras. O procedimento pode ser realizado em consultório.
3 – Radiofrequência e endolaser
Um cateter especial é inserido na veia afetada através de uma microincisão na pele. Quando aquecido, esse cateter emite a energia da radiofrequência e promove o encolhimento das fibras de colágeno, que fazem parte da parede do vaso. Assim, o diâmetro é reduzido e as proteínas do sangue destruídas pelo calor, promovendo a secagem do vaso. O procedimento pode ser feito com anestesia local e é indicado para as varizes oriundas da insuficiência da veia safena e de suas colaterais. Por ser um procedimento minimamente invasivo, deve ser realizado em hospital. A internação dura apenas um dia e o retorno às atividades habituais é mais rápido. Por este motivo os pacientes têm optado cada dia mais por realizar este tipo de procedimento.
4 – Espuma ecoguiada
Injeção de uma espuma densa com substância esclerosante guiada por ultrassom. A espuma penetra nos vasos e, em contato com a parede da veia, promove um processo de fibrose, corrigindo seu excesso de dilatação. O ultrassom ajuda o médico a estabelecer a quantidade de espuma que deve ser aplicada. Indicado para veias mais grossas.